Sonho frustrado |
Aos primeiros passos, andava somente na ponta dos pés, ao que ouvia, esta menina vai ser bailarina, coitadinha, até hoje não aprendeu dançar.
Nas viagens anuais ao sitio para visitar o avô era a glória total, acrobacias na areia, pulava igual macaco de uma arvore à outra, em uma ocasião errei o salto e caí em um pé de café me ralando toda, a criançada que não sabia pular se danou de tanto rir.
Na escola pular corda foguinho, corrida, salto a distancia e altura, não deixava para ninguém.
No balanço em casa era a realização, acrobacias mil.
Apareceu um circo nas redondezas por volta de meus nove anos, foi paixão instantânea, fique alucinada com o trapézio, voar no trapézio, era tudo o que eu queria, meu sonho de vida.
Peguei uma sacola, coloquei algumas roupas e fui dizer adeus aos meus pais, tchau pai, mãe, vou embora com o circo, vou voar no trapézio, a surra foi homérica e ainda tive que engolir o choro, eu pensava que tudo podia, eu pensava que era dona da minha vida, eu pensava que podia ser feliz, fui duramente podada e arranjei uma frustração para o resto de meus dias.
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