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terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Carro velho

Friso a Bia Comeu
O que fazer com este velho carro, não consigo me desfazer dele e ao mesmo tempo não o quero mais,



não quero andar nele, quando acontece um problema não encontro quem o conserte,
30 anos me acompanha
muita dor de cabeça e minha cabeça está cansada de problemas, preciso de quietude, a quietude do mundo, os sons da natureza apenas, nada dessa barulhada horrorosa que fere os ouvidos, a alma, as entranhas.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Infancia

Infância com turbulências, realizações, artes, felicidade, muita atividade que já não se fazem mais, meados dos anos 50 e inicio anos 60, ai vai alguns dos momentos marcantes, foram tantos:

E o primeiro ano escolar transcorreu com alguns aborrecimentos, fique estigmatizada pelo episódio do maninho tomar o doce de um colega de classe, ele foi proibido de comer doces devido ao estrago nos dentinhos, com 2 anos já extraiu quatro de uma vez, quando viu meu colega com um doce na mão, não teve dúvidas, tomou e abocanhou, meu pai na tentativa de educar o moleque, deu-lhe uma surra, porém não pagou o doce do garoto, que levou o caso à minha professora Dona Isaura, foi muito chato, fiquei com a culpa do maninho nas costas, sem contar meu primeiro dia escolar, a aula que não aconteceu para mim, devido ao sarampo fui mandada de volta o que muito me consternou, naquela época, já o que mais queria era aprender, nada disso impediu meu sucesso nos estudos, o glória, como era bom aprender as lições de linguagem, aritmética, conhecimentos gerais, era o que tinha, e tirei um bom 75 passando para o segundo ano.


segundo ano
Começou bem o segundo ano escolar, professora Dona Maria Inês nas primeiras lições colocou algumas palavras no quadro negro e mandou que formássemos frases, as minhas fizeram grande sucesso e passei a ser sua queridinha, o que fez com que as colegas enciumassem e assim fui perseguida o ano todo, certa vez escondi o trabalho de casa para ser castigada junto com a classe pois não gostava nada da perseguição, debrucei-me sobre a carteira e morria de rir enquanto as colegas adoraram meu castigo, era qualquer coisa de fazer várias vezes o trabalho o que me fez bem feliz, tudo que eu queria era trabalho escolar; cuidávamos da escola levando as cortinas para lavar em casa, aos sábados íamos limpar a sala de aula que era de madeira, mas bem agradável, terminei o ano escolar com uma nota 85, duas alunas tiveram 90, como eu era a queridinha, claro, fui apresentada como o primeiro lugar e ganhei um livro infantil "Soldadinho de Chumbo" que foi lido e relido até gastar suas folhas.


Terceiro ano
Já no terceiro ano resolvi ser rebelde, não queria ser queridinha, saía mais cedo de casa e ficava bagunçando na rua, com meu belo vestido azul marinho de sarja escorregava nos paredões, pulava o alambrado do Parque Infantil e ia brincar no brinquedos, a roupa ficava imunda e rasgada e assim adentrava a Sala de Aula, não fazia o dever e fiquei na Sessão A, as colegas do ano anterior ficaram sabendo e me cercaram na rua próximo a escola com palavras ofensivas que eu nada sabia era apenas queridinha de Dona Maria Inês; minha vingança veio cruel, no segundo bimestre fui direto da Sessão A para a Sessão C e assim calei a boca daquelas meninas invejosas, a professora Dona Nelsa, uma japonesinha ficou feliz com meu aproveitamento, cara de surpresa, mas continuei rebelde o ano todo, só na rua e antes da aula, pois meu comportamento em aula sempre foi nota máxima.
 

Conquista
Quarto ano escolar, já bem diferente, falando o português correto, deixei de lado o sotaque caipira familiar e o fascínio pelo aprender continuava, cada dia era um encanto, conheci a vitória régia do Rio Amazonas, tive conhecimento do Parque Ibirapuera em São Paulo, apesar de paulistana, nunca havia estado naquele lugar, conhecimentos gerais, leitura,aritimética, linguagem me alucinavam, tive aulas de transito, inflação já falada na época, como era bom estar na escola, como era bom aprender cada dia um conhecimento novo.


100 simplesmente
A professora Dona Ligia, uma jovem linda de 18 anos teve o prazer de entregar meu diploma com todas as notas máximas,
tirei 100 em tudo, tamanha era minha vontade de aprender; o dia da entrega do diploma foi lindo, com as meninas de vestido branco e a Taisa uma das alunas prendadas, tocou harmônica para comemorar a data.

Sendo primogênita ajudei meus pais e irmãos no que podia, mas também muitas artes fazia, o que me renderam homéricas surras, pegava meus irmãos e os levava para o córrego, onde hoje passa a Av. Luiz Inácio de Anhaia Mello, era uma façanha pois precisávamos passar escondido pela rua acima, íamos agachadinho para nossa mãe não ver, o passeio era bom, colocávamos nossos pés na agua limpinha que mal chegava ao tornozelo, levávamos latinha furada e alguns peixinhos pegávamos, um dia a mãe descobriu, eu fugi, ela pegou meus irmãos tirou-lhes as calças e os trouxe pelados e assim os colocou na janela de castigo, até nosso pai chegar e os livrar.

Papai trabalhava em período noturno, muitas noites mamãe tinha crise nervosa, eu e maninho íamos a procura de ajuda e só os cães a ladrar era o que encontrávamos, voltávamos e ela mesmo com os dedos duros, enrolados, me orientava a ir até o quintal apanhar capim cidreira e fazer um chá que ela tomava e as vezes melhorava, outras só ao chegar nosso pai para ajudar.

Nossos passeios eram no Museu do Ipiranga e na casa da avó na Vila Bela, onde encontrávamos os primos e muitas artes e brincadeiras, atentávamos nossas tias e muitas vezes ficamos trancados no banheiro de castigo.


dúzia e meia prontos
Mamãe sendo costureira me iniciou na arte, e eu os maninhos ajudávamos nas costuras que ela trazia de uma loja para costurar em casa, eram shorts infantis usados na época, o mano mais novo virava os passantes, passava a ferro e colocava os decalques, o outro costurava em pé na máquina de tão pequeno que era, eu fazia os acabamentos, um dia ela precisou sair e nos deixou a tarefa de adiantar a costura, era uma dúzia e meia de shortinhos amarelos de bolso redondo com viés, convoquei os irmãos para uma surpresa a ela e pau na máquina, em pouco tempo estavam todos prontos, passados e colocados na cadeira, ela ao chegar e nos encontrar na rua já foi batendo, ao entrar em casa e ver o serviço todo pronto não se conteve começou a chorar e nos pedir perdão, ríamos bastante, queríamos mesmo causar e surpreender, o que conseguimos.

Fase triste ao terminar o primário e não ter escola para prosseguir os estudos, sonhava com o ginasial, tive que contentar com um quinto ano particular na Escola Paroquial Nossa Senhora do Carmo, foi bom e importante, uma grande época de minha infância, tudo aprendia com facilidade, não tinha dificuldade em nenhum aprendizado e sentia muita paz no colégio, ao que decidi que ia ser freira, pois assim poderia estudar e gozar daquele sossego, mais uma vez podada por mamãe, não deixou em hipótese alguma, tive ímpetos de fugir, mas como era obediente, obedeci.


Fanfarra - Colégio José de Anchieta 
Aos onze anos juntamente com uma coleguinha, a Inês, corri Vila Prudente e São Caetano na tentativa de conseguir o tal ginásio, em vão, não havia escolas para desenxabidos, maninho terminou o primário e ambos fomos matriculados no Colégio José de Anchieta em Vila Prudente, era o encantamento com as matérias, colegas de classe superior a nós, tomei conhecimento da fanfarra que me alucinou, não pude participar eram muitos ensaios e tinha que trabalhar em casa nas costuras com mamãe para ajudar nas mensalidades escolar, mesmo assim continuava aplicadíssima nos estudos, primeira da classe e passando cola para as vizinhas de carteira, corrigindo os trabalhos de português para o professor Maiorga, grande figura de mestre as antigas que dava reguadas na cabeça dos alunos; papai nessa época ainda trabalhava na Cia Antártica Paulista que foi o melhor período de nossas vidas, bom salário, muitos benefícios, porém aos oito anos de trabalho foi demitido, era o tempo permitido antes do FGTS, para que empregados não tivessem estabilidade, ai o barco fez agua, aos quarenta anos papai não conseguiu outro emprego, era trabalhador braçal e o achavam velho para a função, não mais conseguimos pagar os estudos, faltando dezessete dias para o exame final e sabendo que não poderia fazer a prova por não poder pagar a mensalidade, renunciei, foi uma tentativa de sensibilizar o diretor, o que não ocorreu e deixar apenas meu irmão terminar o ano o que ocorreu.

Esse dia guardo na lembrança para sempre, o dia que virei gente grande aos treze anos de idade, fui ao diretor, pedi meus documentos de volta que estava deixando o colégio, ao que ele perguntou porque? Em minha inocência disse: não vou passar mesmo, então vou sair, era uma cartada, imaginei que sabendo ser eu a primeira aluna do colégio o Diretor entenderia que algo acontecia, então expunha os fatos e ele me deixava terminar o ano, tal não aconteceu ofendeu-me de todas as formas me chamando de preguiçosa, covarde e sei lá mais o que e jogou os documentos na mesa, pensei em defender-me dizendo que não iria passar, pois não realizaria as provas por  não poder pagar, engoli em seco a humilhação, como eu era inocente, evidente que o capitalismos venceria,  retornei para casa com o coração apertado, ao chegar não tinha ninguém, dei vasão às lágrimas que foram de sangue, as sequei antes que chegassem tomando uma decisão, iria trabalhar, não deixaria aquele barco afundar, pois com a situação papai se entregou a bebida e a doença nervosa de mamãe exacerbou, entrei em profunda depressão por uns dias, reagi, arrumei trabalho, costureira, era o que eu sabia fazer e contra a vontade deles, na marra mesmo fui trabalhar na Oficina de costura Confecções Prainha na Rua Silva Teles, era o dia 18 de janeiro de 1961.
 

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Panela furada

Inovando
E assim com inspiração de algo que vi em casa de amigos resolvi trazer vida a minhas panelas furadas, não irão para o lixo, terão vida útil mais um pouquinho e depois quem sabe mais inspiração para que se tornem eternas.

Uma de minhas contribuições para não tornar o planeta um lixão e trazer algo diferente para meu novo lar, como elo não perdido do antigo.

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Refeição

Bela refeição
Tão simples preparar uma refeição,
Que nos de substancia, saúde,
Alimentar o físico e a alma de maneira adequada,

São tantos nomes, tantos requintes, para algo tão simples,
Vinte e cinco minutos e pronto,
Meu belo almoço de domingo,
Feito com todo carinho,
O efeito é saúde plena,
Alimentar sem esperdiçar,
Sem sobrecarregar o organismo,
Sem grandes dejetos,
Faz bem à vida,
Faz bem ao planeta,


Quase nada a limpar
Deixando pouco serviço,










Delicioso
E ainda fica para o jantar









Domingo sereno, na calma e constância da vida, com bom livro e bom alimento, iluminando a alma e o físico.

Quero alguém

Buscando a perfeição
Quero alguém, mas não seu ninguém,
Quero alguém como eu,
Quero alguém que busque a perfeição,
Quero alguém que não se contente com o menos,


Quero alguém que almeje o mais,
Que corra atrás de seus sonhos,
Que não brinque com os sonhos alheios,
Que se apresente se solicitado,
Que não imponha sua presença,
Que respeite e exija respeito,
Que ame o universo,
Que faça versos,
Que não tenha medo da solidão,
Que contente com a amplidão de sua vida,
Que busque o infinito,
Que faça parte da natureza,
Que busque os rumos Quânticos...

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Pausa

Dilema
Porque tão difícil esta decisão?

Embora não se trate de uma decisão e sim um adiamento devido circunstancia  de meu emocional frágil demais, ainda não está suficiente fortalecido para este embate, que imagino será de titãs.

Talvez não, que o outro lado apesar de safado é covarde, quem sabe tenha justificativa para o ocorrido, vai dizer que esqueceu?

Memória fraca, miolo mole, caráter duvidoso, engenhoso no convencimento quando quer algo, digamos um sedutor sem escrúpulos.

A pergunta aos livros, novamente deu a resposta:


culpado
O MATUTO - de Zíbia Gaspareto pagina 196

" - Não, ele é o culpado de tudo. Foi ele quem me fez perder tudo quanto eu tinha de bom e de mais sagrado. Jamais o perdoarei. Por causa dele tornei-me a sombra que sou. Por causa dele sofro as agruras do inferno. Ainda tem coragem de me condenar?"

A resposta sempre exata, de acordo com minha certeza, quem sofreu na pele não vai esquecer, só uma pausa para poder ir em frente com garantias que nada se voltará contra mim.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Fertilização


Meditando
Período de alegria ao perceber meu novo lar cheio de fertilidade, que significará?



Boa parte do  que guardo brota, trazendo a vida para esta morada.



Batata doce
De inicio foi esta linda batata doce que resolveu nascer, ao busca-la para  fazer um guisado, a surpresa, lindamente brotando, os brotos foram tirados e colocados na terra e estão em pleno crescimento, em breve o milagre da vida.


Abacaxi de jardim
Em seguida este abacaxi aparece em meu jardim, para encantamento de minha alma, coisa linda que em alguns dias estará enorme e pendurado, trazendo alegria ao meu lar e entusiasmo aos passantes, puro deleite.


Gengibre
Pela manhã ao buscar pelo gengibre para um delicioso chá, eis a enorme surpresa, brotando, essa nunca tinha visto, a anos o utilizo e jamais vi um broto, sequer sabia como se reproduzia.



Plantado
A seiva da vida se instalou neste local e tudo quer brotar, este também foi para a terra e vamos ver o que acontece.
 
 
Aqui parece haver a multiplicação dos pães e peixes, exatamente como um dia fez um ser iluminado que apareceu neste planeta para ensinar a humanidade, que nada entendeu...