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terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Roubando flores

Poderia ser escolhido
Houve um tempo em que resolvemos roubar flores para oferecer as nossas mães.

Duas amigas já adultas, uma pulava a cerca dos quintais, com uma tesoura em punho, enquanto a outra ficava no fusquinha de tocaia vigiando, a que pulava a cerca já era formada em pedagogia, a outra uma aprendiz de safadezas.

Na calada da noite, na escuridão, a tesoura na mão, com emoção, o coração a mil dum, dum, dum, dum...

Tudo era feito muito rápido, a entrada nos quintais, a colheita das rosas, sim, escolhíamos o que queríamos e rosa era a preferida e com ar mais inocente deste mundo íamos oferecer as flores as nossas mães, que sequer suspeitavam da ousadia das filhas já crescidas.

Brincadeiras simples que faziam da vida um canteiro florido, porque não passavam de peraltices as ousadias cometidas, e as casas visitadas talvez até soubessem do ocorrido e faziam vistas grossas pois éramos todos amigos de bem viver.

Um tempo que ficou no passado, na saudade, um tempo em que as marcas ainda não eram tão profundas, um tempo em que ainda acreditávamos no amor verdadeiro, feito para a eternidade.

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