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sábado, 4 de janeiro de 2014

Trapézio

Sonho frustrado
Nasci com potencial para atleta, aos seis meses levantava do berço, agarrava nas grades e pulava, pulava, pulava, pulei até conseguir uma hérnia umbilical, por conta disso passei a usar uma cinta terapêutica até aos dois anos de idade, fiquei totalmente recuperada, sem sequelas, acho que iniciava ai minha predisposição à auto cura.

Aos primeiros passos, andava somente na ponta dos pés, ao que ouvia, esta menina vai ser bailarina, coitadinha, até hoje não aprendeu dançar.

Nas viagens anuais ao sitio para visitar o avô era a glória total, acrobacias na areia, pulava igual macaco de uma arvore à outra, em uma ocasião errei o salto e caí em um pé de café me ralando toda, a criançada que não sabia pular se danou de tanto rir.

Na escola pular corda foguinho, corrida, salto a distancia e altura, não deixava para ninguém.

No balanço em casa era a realização, acrobacias mil.

Apareceu um circo nas redondezas por volta de meus nove anos, foi paixão instantânea, fique alucinada com o trapézio, voar no trapézio, era tudo o que eu queria, meu sonho de vida.

Peguei uma sacola, coloquei algumas roupas e fui dizer adeus aos meus pais, tchau pai, mãe, vou embora com o circo, vou voar no trapézio, a surra foi homérica e ainda tive que engolir o choro, eu pensava que tudo podia, eu pensava que era dona da minha vida, eu pensava que podia ser feliz, fui duramente podada e arranjei uma frustração para o resto de meus dias.

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